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STF aceita denúncia da PGR contra Filipe Martins, Silvinei Vasques e outros 4 acusados

Julgamento concentra críticas por abuso de autoridade e protagonismo judicial

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A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, nesta terça-feira, 22, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seis investigados por supostamente coordenarem ações para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, contrariando o resultado das eleições de 2022.

Com a aceitação da denúncia da PGR, tornaram-se réus por suposta tentativa de golpe de Estado:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal (PF);
  • Fernando de Souza Oliveira, delegado da PF;
  • Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência; e
  • Filipe Garcia Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República.

O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, no julgamento da denúncia sobre o núcleo 2 da suposta tentativa de golpe | Foto: Divulgação/STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou, em seu relatório de acusação no julgamento do núcleo 2 da suposta tentativa de golpe, que os denunciados ocupavam posições estratégicas na “organização criminosa” para manter Bolsonaro no poder.

Núcleo 2 julgado pelo STF

Segundo a PGR, os investigados integravam o chamado “núcleo 2” de uma organização hierarquizada que atuava para barrar a transição legítima de governo. A acusação atinge 34 indivíduos, distribuídos em cinco diferentes grupos de atuação. O relatório aponta a prática de diversos crimes, entre eles:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado; e
  • Participação em organização criminosa armada.

De acordo com Gonet, os denunciados teriam gerenciado as seguintes ações na suposta organização criminosa:

  • Silvinei Vasques, Marília Alencar e Fernando de Souza Oliveira: “Coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Bolsonaro no poder”;
  • Mario Fernandes e Marcelo Costa Câmara: “Mario Fernandes ficou por coordenar as ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas, em conjunto com Marcelo Costa Câmara, além de se ter desincumbido da interlocução com as lideranças populares ligadas aos momentos de violência do dia 8.1.2023, conferindo-lhes suporte e estímulo”;
  • Filipe Martins: “Apresentou e sustentou perante o então Presidente da República e auxiliares militares o projeto de decreto que daria forma às medidas excepcionais caracterizadoras do golpe arquitetado”.

A PGR quer manter as medidas cautelares. Pede o bloqueio de bens, tornozeleira eletrônica e proibição de sair do país. Também cobra indenização por supostos danos. Além disso, defende a validade do acordo de delação de Mauro Cid. O documento embasa a acusação.

Abuso de autoridade

Apesar do avanço da denúncia, o julgamento vem sendo duramente criticado por juristas, parlamentares e setores da sociedade civil. O STF, na visão de analistas, vem assumindo um protagonismo inédito e preocupante, centralizando investigações, conduzindo processos e decidindo de forma monocrática.

Boa parte das críticas está concentrada na atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso. Especialistas acusam Moraes de abuso de autoridade por exercer, ao mesmo tempo, os papéis de investigador, acusador e julgador. Segundo eles, isso fere princípios básicos do Estado de Direito.

Parlamentares da oposição denunciam que o inquérito é utilizado como instrumento político para perseguir adversários do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para esses congressistas, o Supremo atua fora dos limites constitucionais, ultrapassando as funções do Poder Judiciário e sufocando o debate público.

As críticas reacendem a discussão sobre o ativismo judicial e os mecanismos de contenção do poder de ministros do STF. Entre as propostas em análise no Congresso estão a limitação de decisões monocráticas, a fixação de mandatos e o aumento da fiscalização sobre o Judiciário.

Enquanto os julgamentos seguem, o embate entre o Supremo e setores conservadores se intensifica.

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Nacional

PL expulsa vereador que teria feito criança de escrav4 s3xu4l: “Não vamos passar pano”

A expulsão foi anunciada oficialmente nessa segunda-feira (2) pela presidente do diretório municipal do PL em Canarana, Cláudia Gervazoni

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O Partido Liberal (PL) decidiu expulsar de seus quadros o vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, de 40 anos, eleito no município de Canarana, localizado a 635 km de Cuiabá. A decisão, tomada em conjunto pelo diretório estadual e municipal da sigla, ocorre após o parlamentar ser preso durante uma operação policial que investiga crimes de abuso sexual infantil.

Thiago Bitencourt é suspeito de envolvimento em fatos considerados “gravíssimos” pela investigação, incluindo a suspeita de manter uma menor como “escrava sexual”.

A expulsão foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira (2) pela presidente do diretório municipal do PL em Canarana, Cláudia Gervazoni, juntamente com o presidente estadual do partido, Ananias Filho.

Em comunicado divulgado à imprensa, o partido adotou uma postura firme diante da gravidade das acusações contra o vereador. A nota oficial enfatiza que a sigla não irá “passar pano” ou acobertar os fatos, independentemente de quem esteja envolvido.

“Diante dos fatos gravíssimos em que ele está envolvido, afirmamos com clareza: não vamos passar pano, não importa quem seja”, diz um trecho da nota. O partido reforçou seu compromisso com valores éticos e responsabilidade social. “O PL de Canarana tem lado, e é o lado da ética, do respeito e da responsabilidade com a nossa cidade e com a população”, conclui o comunicado.

A prisão do vereador e sua subsequente expulsão do partido geraram grande repercussão na cidade de Canarana e no cenário político estadual. As investigações sobre os crimes atribuídos a Thiago Bitencourt seguem em curso pelas autoridades policiais.

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Carla Zambelli deixa o Brasil e diz que pedirá licença do mandato

Parlamentar foi condenada em 18 de maio a dez anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); ela afirma que deixou o país em busca de tratamento médico.

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O anúncio foi feito 15 dias depois de Zambelli ser condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistemas de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, afirmou a deputada em transmissão no YouTube.

Zambelli citou o correligionário, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também deixou o Brasil e se licenciou do cargo.

“Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também.”

A defesa da deputada disse não saber para onde foi a deputada.

Na decisão que condenou Zambelli, os ministros da 1ª Turma declararam a perda automática do mandato da deputada, com chancela da Mesa Diretora da Casa. Os parlamentares avaliam, porém, que a decisão sobre a perda do mandato é do plenário da Câmara e não da Mesa Diretora.

Embora seja considerada um incômodo pelo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada será acolhida pela bancada do PL na Câmara. Bolsonaro já afirmou que considera a deputada a principal culpada pelo fracasso nas urnas em 2022.

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Rodrigo Pacheco aparece em investigação da PF, em lista de criminosos que encomendava mortes de políticos e ministros do Supremo

Organização criminosa cobrava até R$ 250 mil para executar lideranças políticas e membros do Judiciário; Operação da Polícia Federal foi autorizada pelo STF.

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A Polícia Federal identificou o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, em uma anotação apreendida com um grupo investigado por planejar assassinatos de autoridades brasileiras mediante pagamento. A informação foi revelada durante uma operação deflagrada nesta quarta-feira (28), que resultou na prisão de cinco suspeitos.

Os agentes apuram se os criminosos estavam apenas monitorando o parlamentar mineiro ou se havia intenção concreta de atacá-lo. O grupo, segundo as investigações, cobrava valores que chegavam a R$ 250 mil para matar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), congressistas e outras figuras públicas.

A ofensiva da PF ocorre dentro de uma apuração mais ampla e sigilosa sobre venda de decisões judiciais por servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT). A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.

A investigação teve início em 2023, após o homicídio do advogado Roberto Zampieri, que acabou levando os investigadores a abrir diversas frentes de apuração, incluindo os indícios de corrupção no Judiciário e o funcionamento de um grupo especializado em matar sob encomenda.

Em nota, o senador Rodrigo Pacheco repudiou o fato e classificou a descoberta como uma ameaça direta à democracia brasileira. “Externo meu repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil, com a descoberta de um grupo criminoso, conforme investigação da Polícia Federal, que espiona, ameaça e constrange, como se o país fosse uma terra sem leis. Que as autoridades competentes façam prevalecer a lei, a ordem e a competente investigação sobre esse fato estarrecedor trazido à luz”, declarou.

Fonte: Divinews

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